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Petrobras anuncia R$ 2,6 bilhões em investimentos para revitalizar o setor naval e reabrir fábricas de fertilizantes na Bahia

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© Fernando Frazão/Agência Brasil

Com foco em geração de empregos e sustentabilidade, Petrobras impulsiona a indústria naval e o polo de fertilizantes no Nordeste, fortalecendo a economia baiana.

A Petrobras anunciou a retomada de grandes investimentos na indústria naval brasileira, marcando uma nova fase de desenvolvimento econômico no estado da Bahia. O projeto prevê a construção de seis embarcações de apoio marítimo offshore no Estaleiro Enseada, localizado em Maragogipe, no Recôncavo Baiano, a cerca de 130 quilômetros de Salvador. A iniciativa promete movimentar a cadeia produtiva e gerar milhares de empregos diretos e indiretos nos próximos anos.

Evento com Lula marca retomada do setor naval

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (9) em um evento que reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Jerônimo Rodrigues, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ministros e centenas de trabalhadores do estaleiro. Durante o discurso, Lula destacou que a decisão de retomar os investimentos simboliza a reconstrução de um setor estratégico que ficou estagnado por quase uma década.

“Estou aqui para recuperar a indústria naval brasileira. Os que deixaram um estaleiro dessa magnitude parado deveriam responder pelos prejuízos causados à população”, afirmou o presidente Lula.

R$ 2,58 bilhões em investimentos e 5,4 mil empregos

As embarcações do tipo ORSV (Oil Spill Response Vessel) serão fabricadas pela empresa CMM Offshore Brasil e, posteriormente, repassadas para uso da Petrobras em operações de contenção de vazamentos de óleo em alto-mar. O investimento total é estimado em R$ 2,58 bilhões, com prazo de quatro anos para construção e doze anos de operação. A expectativa é de que o projeto gere mais de 5,4 mil empregos diretos e indiretos, impulsionando a economia regional.

De acordo com a Petrobras, os contratos firmados preveem um conteúdo local mínimo de 40% nos componentes utilizados na fabricação dos barcos — uma estratégia voltada para fortalecer a indústria nacional e fomentar a inovação tecnológica.

Transição energética e tecnologia híbrida

As novas embarcações serão equipadas com sistemas de propulsão híbrida, que combinam motores elétricos e baterias com geradores a diesel e biodiesel. Segundo a estatal, a tecnologia permitirá uma redução de até 25% nas emissões de CO₂, além de oferecer a possibilidade de conversão futura para o uso de etanol. Essa iniciativa reforça o compromisso da empresa com a transição energética e a sustentabilidade.

Petrobras e governo federal ampliam investimentos navais

O Ministério de Portos e Aeroportos também anunciou, durante o evento, um pacote de R$ 611,7 milhões para a construção de 80 novas embarcações voltadas à expansão das atividades do setor naval e aquaviário. Deste montante, R$ 550,5 milhões virão do Fundo da Marinha Mercante (FMM), mecanismo que financia a renovação e modernização da frota marítima nacional. A previsão é de geração de cerca de 2 mil empregos diretos.

“Aqui, no Estaleiro Enseada, renascem quase 7 mil empregos diretos de qualidade. Salários dignos para melhorar a vida das famílias. Mais de 90% dos postos estão sendo ocupados por gente do Recôncavo Baiano”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Fábricas de fertilizantes serão reativadas

Além do setor naval, a Petrobras confirmou a retomada das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE), cujas operações devem ser reiniciadas em janeiro. As unidades produzirão amônia, ureia perolada e ARLA-32, produtos essenciais para o agronegócio e para o setor de transportes. Cada planta receberá R$ 38 milhões em investimentos e deverá gerar cerca de 750 empregos diretos.

Com a reabertura das fábricas da Bahia, Sergipe e Paraná, e a construção de uma nova unidade no Mato Grosso, a Petrobras estima que a produção nacional de fertilizantes poderá atender até 35% da demanda brasileira nos próximos anos, fortalecendo a segurança alimentar e reduzindo a dependência de importações.

Protocolo com o governo da Bahia amplia oportunidades

Durante o evento, o governo estadual da Bahia e a Petrobras firmaram um protocolo de intenções para utilização do canteiro de obras de São Roque do Paraguaçu. O espaço será usado para o acostamento e descomissionamento de plataformas de petróleo, além de abrigar futuras reconstruções e novas operações navais. O protocolo também prevê que parte da área seja usada pelo governo baiano como base de apoio à construção da Ponte Salvador-Itaparica.

Um marco para a indústria brasileira

Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o movimento representa uma nova etapa para a indústria nacional. “Ficamos oito anos sem que a Petrobras fizesse uma única demanda à indústria naval brasileira. O que estamos retomando, portanto, não tem preço”, afirmou. A executiva destacou que a companhia já contratou 44 das 48 embarcações planejadas para serem construídas no país.

De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia (MME), o processo de renovação da frota naval brasileira deve gerar mais de 44 mil empregos e movimentar cerca de R$ 23 bilhões em investimentos nos próximos anos, consolidando o papel da Petrobras como motor de desenvolvimento industrial.

Conforme destacou a Forbes, a reativação do estaleiro Enseada e dos projetos industriais na Bahia reforça a estratégia do governo de reindustrializar o país com base em sustentabilidade, inovação e geração de renda local. O impacto deve ser significativo, tanto na economia baiana quanto no cenário nacional, fortalecendo setores estratégicos e ampliando oportunidades de trabalho e tecnologia.

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